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Brasão da PUC-Rio

Rouge Brésil

Exposição

A exposição não parte de conceito histórico, mas de um outro olhar sobre a relação França-Brasil. E, através de critérios pessoais de cada artista, oferece elementos para uma reflexão sobre aspectos contemporâneos da arte, hoje permeáveis a outras questões como, neste caso, a política, a etnografia, a sociologia e a temporalidade.

Quando os europeus aportaram no Novo Mundo, encontraram uma terra singular, cujos habitantes não podiam ser comparados ao que quer que conhecessem.  Foi um encontro de uma estranheza radical. Os índios por sua vez, ainda dominantes em seu meio natural, profundamente vinculados ao seu espaço, precisaram inventar formas de convívio com os recém-chegados. E isso aconteceu, apesar das contradições. Entre franceses e índios, um diálogo foi estabelecido.

A Europa estava pronta para absorver as inúmeras narrativas dos viajantes sobre a venturosa vida dos nativos brasileiros. Descreviam de forma romanceada a cordialidade e a inocência de nossos selvagens, a beleza dos corpos nus, a longevidade.

O Brasil era o Paraíso.

Arjan Martins

Desenvolve sua pesquisa em arte a partir do corpo humano.
A fragmentação das estruturas anatômicas por vezes dialoga ou se coloca em confronto com a arquitetura. O suporte do trabalho pode ser tela, papel, madeira, ou a própria parede (site specific).

Beatriz Luz

Escolheu trabalhar sobre as Cunhãs e sua nudez, estas brasileiras de corpo depilado que maravilhavam os franceses.
Ao contrário dos homens, que pintavam muito o corpo e que por vezes se vestiam, salientavam os europeus que as mulheres não se pintavam tampouco se cobriam de penas.
Os franceses nunca conseguiram que se vestissem. Elas alegavam que não dispensavam os banhos, às vezes mais de doze ao dia, portanto as roupas eram um estorvo.
As índias, prisioneiras de guerra dos Tupinambás e vendidas como escravas aos franceses, eram obrigadas a chicote, a usar camisolas.
Porém ao cair da noite, para desespero de Villegagnon, despiam-se às escondidas e passeavam nuas pela Ilha de Serigipe onde erguiam o Forte Coligny.

 

 

Lia do Rio

Ao relacionar o trabalho com a questão do pau-brasil e ao poder simbólico do vermelho (o que fez com que os indivíduos que tem o privilégio de exibir tonalidades rubras em suas vestes e ambientes, desde sempre, elevarem-se material e espiritualmente sobre os outros), dá visibilidade a uma indagação que lhe ocorreu em 1991: “Que estranho comportamento o do homem! Homem parasita da Terra. Ser humano sem predadores. Será o homem predador de si mesmo?”.

 

 

Victor Arruda

Em 2006, moradores das periferias de Paris, em sua maioria  imigrantes e seus descendentes, muitos já nascidos na França, considerando-se discriminados, expressaram seu descontentamento através de ações violentas, duramente repelidas pela polícia. Na ocasião, o Sr. Nicolas Sarkosy, Ministro do Interior, declarou ser aquela gente um grupo que se comunicava através de apenas 56 palavras.

Me perguntei se isso seria possível, e tentei escolher 56 palavras que me permitissem algum tipo de comunicação. Para este projeto convidei outras pessoas de diversas áreas profissionais e sociais visando obter um resultado mais representativo.