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PINHOLES URBANOS

Exposição

Pinholes Urbanos

Exposição de fotografias pinhole do grupo Coletivo Buraco de Fotografia – Angela Rolim, Lúcia Vilaseca, Marco Antonio Portela e Monica Mansur, integrando Mostra FotoRio 2009, a Bienal de Fotografia.do Rio de Janeiro em sua 4ª versão.

A mostra PINHOLES URBANOS apresenta visões mágicas relacionadas ao Solar Grandjean de Montigny, tanto imagens da arquitetura neoclássica, como também de outras construções assinadas pelo arquiteto Grandjean de Montigny. O caminho percorrido pelos artistas no deslocamento entre os bairros de Botafogo – onde o Coletivo se reúne; o Centro  da cidade – localização da Casa França-Brasil; o Jardim Botânico – onde está instalado o portal da antiga Academia de Belas Artes, e a Gávea – campus da PUC onde encontra-se o Solar, serviu de fábrica de imagens para a questão enfocada pelo grupo: a ampliação do campo de visão fotográfica para o espaço da imagem-imaginação.

A fotografia na técnica de pinhole discute o campo ampliado da fotografia na medida em que recorre ao procedimento mais primitivo de captura de imagens: a camera obscura. Ao inverter o processo do desenvolvimento tecnológico e retornar às questões originais da fotografia – luz, claro e escuro, contraste, distância, memória, referente – mantém a discussão da apresentação da imagem como uma realidade em si independente do progresso do meio. Ou seja, a mostra pretende exibir o procedimento como um integrante da realidade da imagem e, consequentemente, como parcialmente responsável pela sua existência.

A relação com a arquitetura é evidente, pois ali os meios técnicos e a concepção arquitetônica são complementares. E as questões do tempo e da memória também são claras, pois fotografias pinholes apresentam paisagens (urbanas ou naturais) vazias de habitantes, atemporais, porém e sobretudo, ao mesmo tempo dinâmicas, já que o ínfimo instante nunca é capturado.

O Coletivo Buraco de Fotografia foi criado em 2006 inicialmente como um grupo de fotografia pinhole. A partir das necessidades individuais dos quatro artistas e independentes nas suas atividades e processos artísticos, teve continuidade quando esses artistas descobriram que seus questionamentos eram próximos e poderiam resultar em ações artísticas.

Juntos, atuam na produção de eventos e movimentações de arte originais e significativas no cenário carioca, utilizando basicamente a fotografia – um meio que trata de luz e cor, dentre outros aspectos – normalmente impressa sobre algum tipo de suporte, tradicional ou não.

Obras da exposição

A técnica do Pinhole

Pinhole – do inglês, buraco de alfinete – é o nome dado à técnica que irá permitir que o fenômeno fotográfico se dê em um ambiente sem a presença de lentes (componente das máquinas fotográficas convencionais). Um furo é o que permite a formação da imagem em um recipiente ou espaço vedados da luz. A projeção de imagens por este método é uma lei física, e já é conhecida pelo homem desde a Antigüidade. Antes do advento da fotografia (séc.XIX), as projeções pinhole eram instrumento científico de visualização de eclipses e no estudo das estrelas; nas artes, as imagens pinhole serviam de molde para os pintores paisagistas.

A princípio, qualquer espaço protegido da luz pode servir como câmara escura: de latas e caixas das mais distintas proporções  até espaços menos convencionais, mas com entrada de luz que possa ser controlada. Em cada caso existe um tamanho de furo apropriado para que a projeção se dê de forma nítida, pois é por este princípio que a projeção, e por conseqüência a fotografia pinhole, são possíveis. Este furo pode ser determinado através de uma fórmula matemática relacionada às dimensões do recipiente escolhido. O recipiente furado passa então a ser uma câmara escura, com a qual podemos produzir fotografias ao colocar filme ou papel fotográfico no seu interior.

Um furo bem calculado e executado garante às imagens uma nitidez indiscutível, que caracteriza as imagens pinhole. O furo é sempre minúsculo se comparado à dimensão da câmara escura; como conseqüência, requer obtenções fotográficas de tempos relativamente longos, se comparados ao click da câmara fotográfica. As imagens, também,  sofrerão distorções se o recipiente onde o papel fotográfico é colocado não possuir paredes planas (pode ser um recipiente cilíndrico, como é o caso de muitas latas).


Sobre o coletivo Buraco de Fotografia

Um coletivo é muito mais que trabalhar junto. É aprender, treinar, agir, discutir e principalmente acrescentar: é pensar junto, mesmo de forma diferente.

O que possibilitou este trabalho, inicialmente, foi a fotografia pinhole (fotografia sem lente). Ela atrai os integrantes do grupo por razões diferentes, mas a intenção fotográfica é a mesma. Por isto o nome do Coletivo Buraco: é através de um buraco (hole) que a luz penetra na câmera escura para sensibilizar o suporte escolhido e produzir a imagem.

A ação do coletivo é produzir trabalhos a dezesseis mãos (ou quatro cabeças) na área da arte que se utiliza da fotografia.

Naturalmente, porém, ampliou sua atuação na produção de eventos de fotografia e passou a caracterizar-se pelas exposições “coletivas”. Entende-se como “coletivo”, para o grupo, também a forma de mostrar o trabalho dos artistas do núcleo e de seus eventuais convidados além do trabalho intelectual por trás de cada produção, que chamamos de “idéia curatorial”.