O pintor norte-americano John Nicholson, radicado no Rio de Janeiro, volta a pintar figurativo, depois de duas décadas dedicadas às telas abstratas.
Intitulada "Aquarela e óleo, simplesmente", a exposição ocupa quatro salas em dois andares do Solar Grandjean de Montigny, prédio histórico, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro, com cerca de 25 trabalhos. JOHN NICHOLSON "Aquarela e óleo, simplesmente".
Nicholson vai justapor aquarela sobre papel e óleo sobre tela, uma diretamente relacionada à outra. As pinturas sobre papel são estudos e|ou croquis mesmo, ou variações composicionais com outros enfoques. Ele quer, basicamente, fazer 'point-contrapoint', como diz, com as duas mídias, suas resoluções pictóricas respectivas e mostrar como interagem.
"Essa mostra é também sobre metodologia, como a que realizei neste mesmo espaço em 2003". Porém, naquela época Nicholson estava ainda dedicado à abstração. Foi a partir do segundo semestre de 2005 que ele voltou à figura humana. "Agora uso fotos tiradas de pessoas conhecidas e de modelos, todas em seus ambientes particulares e em cenas clássicas, e dessas fotos faço estudos em papel antes de fazer as pinturas", explica o pintor. "Lembram Degas, Manet, Cézanne", situa Nicholson.
"Os espaços de quadros figurativos são bem diferentes dos espaços da minha pintura abstrata informal e formal", compara John.
Ele justifica ter deixado a abstração para trás, porque quis elaborar espaços de pintura que se aproximassem mais dos espaços com os quais todo mundo convive.
"Voltei-me para a figura humana para trazer o espectador mais direta e imediatamente para o espaço pictórico", conclui o artista.
John Nicholson [1951- ] estudou artes visuais na Universidade de Houston e na de Austin, Texas. É um dos pais da Geração 80. Deu aula de desenho, pintura, modelo vivo e questões formais no pós-moderno na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, RJ, nos anos 80 e 90. Lá, foram seus alunos Beatriz Milhazes, Daniel Senise, Angelo Venosa, Adriana Varejão, João Magalhães, Luiz Pizarro, entre outros.
Desde 1980, quando começou a expor no Brasil, John fez mais de 20 individuais no Rio, SP, Ouro Preto, Genebra, Basiléia, Berlim, Dresden e participou decerca de 30 salões e coletivas no Brasil e no exterior.
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