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No âmbito do evento Mostra RioGravura, o Solar Grandjean de Montigny apresenta a exposição Dionísio del Santo - Obra Gráfica, de 11 de setembro a 18 de outubro de 1999. A exposição, com curadoria de Ileana Pradilla Cerón e Fábio Settimi, é uma homenagem ao grande serígrafo brasileiro, falecido em janeiro deste ano. Os trabalhos apresentados na mostra abrangem a totalidade da produção gráfica de Dionísio, desde o início de sua carreira até meados dos anos 90 . A exposição compota de cerca de 60 serigrafias e 10 xilogravuras pertencentes a diversos colecionadores, é dividida em 4 segmentos que sintetizam sua trajetória: a xilogravura expressionista dos anos 50; as séries de fragmentos dos anos 70; as permutações de estruturas geométricas lineares dos anos 70 e 80 e os trabalhos com grafite dos anos 90. |
"Sem título",1991
Serigrafia - 45 x 45 cm |
Dionísio del Santo nasceu em Colatina, ES, em 1925 e faleceu em Vitória, ES, em janeiro de 1999. Desde o início dos anos 50 o artista realizou uma das maiores obras gráficas da arte moderna brasileira. Autodidata, apesar de nunca ter se filiado a qualquer movimento artístico, produziu a partir do final da década de 50 pinturas de tendência construtiva. Na década seguinte, a geometria se faz presente em sua obra gráfica através de esquemas formais próximos da optical art. Essencial na obra de Dionísio é o seu chamado projeto permutacional, a possibilidade de criação de inúmeras variações plásticas a partir de uma mesma estrutura formal. Este projeto somente encontra paralelo na arte brasileira na obra dos pintores Alfredo Volpi e Rubem Valentim.
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"Fragmentos Lineares",1975
Serigrafia - 61,5 x 42 cm |
A serigrafia, geralmente considerada mero meio de reprodução de imagens, tornou-se em sua obra, uma linguagem artística altamente sofisticada. Para o artista, o processo de impressão serigráfico era um meio autônomo de criação. Sua obra revela a construção de um sólido universo, onde a linguagem artística é inseparável da pesquisa técnica e o artista é o artesão por excelência. Dionísio também adquiriu reconhecimento por executar com perfeição serigrafias para importantes artistas brasileiros, entre os quais Carlos Scliar, Ivan Serpa, Rubens Gerchman e Roberto Magalhães. Paralelamente ao seu trabalho artístico, Dionísio foi um dos mais entusiastas divulgadores da técnica serigráfica, através de seus cursos no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde transmitiu seus conhecimentos para várias gerações de artistas. |
"Retícula Vibratória", 1973
Serigrafia - 60,5 x 42 cm |
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