A amizade os reuniu ao longo de suas vidas, apesar (e talvez até por isso) dos temperamentos opostos. Em profissões iguais seus caminhos foram diferentes e sua maneira de ver a Arte também totalmente diversa.

Como um rio tranquilo, o trabalho de Edgardo Tenório o acompanhou sempre. Uma obra que passou por diversas fases atingindo agora um equilíbrio suave; a textura aveludada de suas pinturas se une a composições quase concretas, onde entretanto subjaz a poesia. Um advogado artista e um artista advogado. Um olho crítico nato, uma grande capacidade de organização das formas e uma tessitura clara e delicada são características de seu trabalho.

Como a água, suas peças reconfortam e reanimam, limpam nossas mentes, clareiam a alma.

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Em Uchôa Cavalcanti tudo é vibrante, a Arte não surgiu em sua vida (como nada, provavelmente) de maneira suave. Passou ao largo dela por tantos anos, e de repente, a necessidade surgiu imperiosa, imediata, urgente. Sua produção profusa é marcada por mudanças constantes, tendo como característica o uso de cores fortes e predominantes e de alguns esquemas compositivos que se repetem, modulados uns dentro dos outros. As calorosas relações cromáticas, inicialmente geométricas, começam agora receber interferências de formas mais soltas que se interpõem.

Como vinho novo suas peças estimulam e embebedam, mas prometem o "bouquet" de um vinho mais velho e mais maduro.

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A reunião de obras tão diversas leva a uma irresistível comparação, onde fica clara a multiplicidade das formas da Arte, uma profissão a ser conquistada cada dia... por toda a vida.

Denise Mattar
Coordenadora de Artes Plásticas do MAM/RJ

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