O Solar é um Patrimônio Histórico tombado pelo IPHAN -(Instituto de Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional) e hoje é o Centro Cultural da PUC-Rio devido a consciência de seus dirigentes de que um dos fatores que contribuem para a preservação do patrimônio arquitetônico é a sua efetiva utilização e não sua simples ocupação, então a PUC-Rio através do Deptº de Artes restaurou o prédio com patrocínio da Fundação Roberto Marinho, Funarte e Seplan.
Em 1980 o Solar abre suas atividades com a exposição "Uma Cidade em Questão I - Grandjean de Montigny" acompanhada do respectivo catálogo sobre as obras do arquiteto e professor integrante do grupo de artistas e técnicos franceses - a Missão artística - encarregada de implantar o ensino acadêmico das belas artes na capital.
A exposição inaugurada dia 09 e vai até 30 de outubro de 1980 apresentando atividades paralelas como Concerto da Banda Antiqua, Mesa redonda sobre os temas "Identidade Cultural" e "Uma Cidade em Questão - Rio de Janeiro" , conferência do Prof. Leonardo Benévolo sobre "A experiência italiana na revitalização dos núcleos históricos" e visitas acompanhadas.
O Solar Grandjean de Montigny foi construído pelo próprio arquiteto Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny (1776-1850) que desembarcou no Rio de Janeiro em março de 1816. Atendendo convocação de Dom João VI,chegou para integrar-se à Missão Artística Francesa, que incluía outros arquitetos,escultores, pintores e mestres de ofícios,como serralheiros e carpinteiros. O objetivo da Coroa era implantar o ensino acadêmico das Belas Artes no País e modernizar a cidade do Rio de Janeiro.
Ele desembarcou aos 40 anos de idade, trazendo mulher e quatro filhas. Gostou tanto do que viu que ficou para sempre. Antes de seu desembarque chegou a fama de arquiteto prestigiado,tanto em seu país quanto na Itália, onde reformou a Villa Médici, em Roma e na antiga Westiphalia (parte do atual território alemão), com o projeto para o Palácio de Bellevue.
Pouco depois de aqui chegar com a Missão Artística Francesa de 1816, Grandjean patrono da arquitetura no Brasil , exerceu uma influência marcante na história da arquitetura brasileira, sendo responsável pela elaboração de projetos de outros prédios públicos, residênciais particulares e de reestruturação do Centro da cidade.
Foi importante na passagem da cultura barroca portuguesa para o neoclassicismo francês, com uma pitada tropical. Projetou o prédio da Academia Imperial de Belas Artes (atualmente Escola de Belas Artes), onde também lecionou.
Suas obras que resistiram ao tempo são o Solar Grandjean de Montigny na PUC-Rio onde é um exemplo especialmente interessante de adaptação das regras neoclássicas ao meio, tanto por suas características arquitetônicas como pela feliz integração com a paisagem que o cerca, dentro de uma bela vegetação também preservada , tão tipicamente carioca; a Casa França Brasil (construída para ser sede da alfândega); o pórtico da antiga Academia Imperial de Belas Artes, hoje instalado no Jardim Botânico e o Chafariz da praça Afonso Viseu, no Alto da Boa Vista. |