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Seis alunos, seis medalhas: Departamento de Matemática brilha, mais uma vez, na Bulgária

Data de publicação: 27/08/2024
Texto: Renata Ratton
Assessoria de Comunicação da Reitoria
Os olímpicos na biblioteca do Departamento de Matemática Colegas e amigos, os olímpicos se encontram na biblioteca do Departamento de Matemática - Foto: Matheus Santos

Dizer que eles são especialistas em desenvolver ideias novas e em provar suas teorias pode soar como uma tarefa e tanto, já que a criatividade nem sempre se sustenta; mas dizer que eles fazem tudo isso com a matemática já é demais. É para olímpicos. E é o que eles são.

Seis alunos do Departamento de Matemática, com idades entre 18 e 21 anos, conquistaram seis medalhas na Competição Internacional de Matemática para Estudantes Universitários (IMC, na sigla em inglês), logrando 100% de aproveitamento. Além de medalhistas, todos ingressaram na Universidade com bolsas do programa Desafios, lançado pelo professor Nicolau Saldanha, do Departamento.

Sempre sediada em Blagoevgrad, cidade do interior da Bulgária, a IMC foi realizada entre 5 e 11 de agosto, quando Miguel Batista e Luís Felipe Pestana Giglio conquistaram medalhas de ouro, Arthur Moreira e João Arthur Marques Linhares, de prata, e Gabriella Morgado e João Marcelo Ribeiro Monteiro de Carvalho, de bronze. Os estudantes resolveram, durante 4h, divididas em dois dias, problemas de álgebra, geometria e análise combinatória.

De acordo com o diretor da Matemática, professor Sinésio Pesco, “desde 2008, os alunos trazem medalhas da IMC para a PUC-Rio, somando 44 – 11 ouros, 16 pratas e 17 bronzes”. As premiações se dão de acordo com os pontos conquistados e, por isso, não se trata “apenas” de ouro, prata ou bronze.

Damas primeiro – A PUC-Rio foi a única instituição brasileira com representantes femininas na equipe e na liderança: Gabriella Morgado, 19, que cursa o 2º período, e a líder de equipe Luize D’urso.

Luize já havia atuado como líder das equipes do DMAT em 2022, quando também foi a única líder feminina entre os competidores brasileiros. Aos 27 anos, conta com larga experiência na orientação de estudantes para olimpíadas, dentro e fora do Brasil. O líder de equipe exerce um papel fundamental, que é ser responsável pela revisão da correção da prova. As provas são corrigidas pelos avaliadores e cabe ao líder verificar todas as questões de sua equipe e interceder por ela quando necessário.

A jovem Gabriella, 18, conquistou sua foi sua primeira medalha internacional, embora colecione medalhas em competições nacionais. “Fiz a nacional de escolas públicas e particulares, a nacional feminina e a feminina europeia também, a maioria no ensino médio”, enumera a aluna, contando que o mais legal foi a viagem em equipe.

Por sinal, todas as passagens e inscrições foram pagas com recursos do DMAT, bem como do projeto Arquimedes – doadores anônimos do Departamento – e, pela primeira vez, da empresa BigDataCorp, esta última trazida por seu funcionário Miguel Batista, 21, ex-aluno de graduação da Matemática e agora no 1º período do mestrado em Ciência de Dados da PUC-Rio. “Serei eternamente grato”, diz o medalhista de ouro e melhor colocado brasileiro entre 400 participantes (39º lugar geral). Esta foi a quarta IMC do mestrando, que conquistou um bronze na de 2023.

Acumuladores de medalhas – Junto a Miguel, Luís Felipe, 18, João Arthur, 19, Arthur Vieira, 20, João Marcelo, 21, são pródigos em medalhas, conquistadas desde a escola. Luís Felipe, por exemplo, que cursa o 3º período, já foi bronze na Olimpíada Iberoamericana de Matemática (OIM), a outra competição internacional de que os alunos podem participar. Ao contrário da IMC, a OIM muda de sede a cada ano.

– Em Blagoevgrad, ficamos em alojamentos da faculdade porque é época de férias. Lá, temos café da manhã, almoço e jantar. O local de provas fica a dez minutos do alojamento. Costuma funcionar da seguinte maneira: chegamos em uma segunda-feira e as provas são na quarta-feira e na quinta-feira porque é necessário que os problemas escolhidos sejam checados pelos líderes dos países envolvidos, durante os dois primeiros dias, de forma a eliminar a possibilidade de problemas repetidos – relata o veterano Miguel. “No pós-provas, relaxamos um pouco mais, mas ainda não acabou o trabalho, pois nossa líder, além de atuar como corretora de provas da competição, também é nossa advogada na busca por pontos, acrescenta.

Arthur, prata em sua terceira IMC, e João Marcelo, bronze em sua segunda IMC, revelam que, nas questões olímpicas, a ideia é pensar em estratégias e criar soluções para os problemas, ao contrário do que acontece com a matemática tradicional das escolas e concursos:

– Eu conheci as olimpíadas de matemática no meu segundo ano do ensino médio e eu vi que eram completamente diferentes da matemática da escola, que é muito técnica e maçante. Achei muito maneiro e resolvi fazer matemática porque é divertido mesmo. Eu já participei de umas seis olimpíadas universitárias como aluno da PUC. Também fui medalhista, por duas vezes, da Olimpíada Iberoamericana – comenta João.

Para Miguel e Luís Felipe, a ideia é que ninguém vá com uma solução pronta de casa, mas desenvolva uma solução para um problema que nunca viu antes. Mesmo assim, segundo os alunos, estudar ajuda, pois conhecendo uma grande gama de problemas fica mais fácil pensar em soluções inovadoras.

– Vale ressaltar que a maioria das questões de olimpíada não pede para calcular nada, e sim para provar algum fato. Os problemas, que crescem em ordem de dificuldade, vão nos desafiar a demonstrar que um determinado resultado é verdade e que funciona de tal forma. E cada um vai ter o seu modo, a sua escrita para comprovar que aquela resposta, que aquele resultado é válido. Vão ter soluções completamente diferentes para a mesma questão – esclarece Miguel.

Luiz Felipe acrescenta que os enunciados precisam ser sempre acessíveis, e todas as dúvidas sobre eles são esclarecidas pelos líderes, de forma a que ninguém deixe de fazer a prova por não entender o que é pedido.

Já Arthur Vieira elogia o fato de os problemas serem diversificados. “Não demonstram preferência por uma área específica, há uma tentativa de balanceamento, de não deixar a prova muito enviesada. Isso é bom porque pessoas diferentes podem ter preferências diferentes, podem ter forças e fraquezas”, observa.

Para todos os medalhistas, o êxito nas olimpíadas só comprova a excelência do Departamento de Matemática no Brasil e no Mundo.

– A matemática da PUC-Rio é muito forte e sempre consegue as maiores notas em todos os sistemas de avaliação. Os professores são muito bons, o nível é muito puxado, tanto que todas as matérias têm sigla dupla, ou seja, os alunos de graduação fazem as mesmas matérias que os alunos de pós-graduação, na mesma turma, justamente porque o nível é tão alto que conseguem acompanhar com o mesmo nível de maturidade. Boa parte disso se dá pelo fato de o Departamento ter uma boa porcentagem de alunos olímpicos, porque eles entram na Universidade por meio dos Desafios e mais prontos. E os alunos que não são olímpicos acabam se beneficiando de discussões, de estar no mesmo ambiente, o que acaba também por elevar o nível do curso como um todo – conclui Miguel.

E quem irá provar o contrário?

Equipe com a líder Luize D´Urso Com a líder Luize D´Urso, à esquerda, em momento relax no sol da Bulgária - Foto: arquivos pessoais

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