Um corredor ecológico em transformação
Universidade dá início à construção do boulevard cultural Espaço Francisco e do Instituto Behring de Inteligência Artificial seguindo critérios rigorosos de manejo ambiental estabelecidos pelo Plano Integrado do Campus
Assessoria de Comunicação da Reitoria

A PUC-Rio está se expandindo em relevância, atuação, números, mas também em espaço construído. Recentemente, tiveram início as obras do Espaço Francisco, um boulevard acessível que irá conectar o portão de entrada da Rua Marquês de São Vicente ao entorno da Casa de Inovação e do Edifício Behring, que abrigará o Instituto Behring de Inteligência Artificial.

Ainda que em benefício da comunidade e da sociedade como um todo, obras têm um impacto visível, audível e, sobretudo, ambiental. Ciente disso, desde o início de 2023, a Universidade, por meio de sua Prefeitura e do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (NIMA), trabalha no Plano Integrado do Campus, o PIC, que está inserido no Planejamento Estratégico da Universidade, lançado em 2024. Ele prevê o diagnóstico, o projeto e a implementação de ações que vão da criação de canteiros capazes de absorver com efetividade a água das chuvas até as grandes edificações, passando por todas as reformas necessárias ao manejo do campus.
– Este plano contempla quatro elementos principais: o Plano Diretor e de Massas, que trata das legalizações, da questão imobiliária propriamente dita; do Plano de Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo, que busca criar um movimento integrado nas construções do campus, e nas reformas: o Plano de Manejo da Mata Atlântica e Certificação Laudato si, que envolve as questões ambientais; e o Plano de Acessibilidade e Sinalização. Todos eles conversam entre si – esclarece o Assessor de Planejamento de Espaço Físico e responsável pelo PIC, o professor do Departamento de Artes & Design, Felipe Rangel.

O designer ressalta a importância de comunicar e explicar todas as movimentações que estão sendo feitas dentro da PUC mostrando que seguem critérios muito rigorosos, mas também para que as pessoas possam, de alguma forma, participar e se engajar. Neste sentido, uma das questões mais relevantes a abordar é a ambiental:
– O Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente, NIMA, realizou, em parceria com o Departamento de Biologia, todo o levantamento da flora do campus – tanto da sede principal quanto dos campi avançados do alto da Gávea – para efetuar o manejo integrado da Mata Atlântica, conforme previsto no PIC. Todas as espécies arbóreas com diâmetros acima de 5 cm foram mapeadas e mais de 10 hectares foram levantados, onde inventariamos mais de 2600 plantas e mais de 360 espécies, uma biodiversidade alta composta tanto por espécies nativas de Mata Atlântica quanto por espécies exóticas, trazidas ao Brasil desde os tempos do império – relata o Diretor do NIMA e professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Marcelo Motta. Ele sublinha a função ecológica única do campus de constituir um corredor entre a Floresta da Tijuca e o Parque Penhasco Dois Irmãos, favorecendo o deslocamento e a reprodução de uma série de espécies da fauna.

– Temos um inventário de todos os canteiros também. Então, a primeira coisa é a função ecológica, a potencialidade de Mata Atlântica que temos dentro do campus da PUC, somos um grande remanescente dessa floresta em meio urbano, com muitas espécies nativas, inclusive raras e da lista de ameaçadas de extinção, que estão sendo cultivadas e preservadas em um ambiente em que circulam mais de 10 mil pessoas por dia. O manejo também exige prevenção, como a de evitar a queda de galhos ou de um fruto grande em cima de uma pessoa ou de um carro, daí a necessidade de podas constantes, mas todas monitoradas e com a licença ambiental da prefeitura – comunica o diretor do Núcleo, que acrescenta:
– O manejo florestal envolve podas de galhos, a retirada de troncos que estão caindo e, por vezes, a remoção de árvores mortas ou com problemas fitossanitários. Comunicar esses processos é importante para que as pessoas entendam que o trabalho é embasado pelo conhecimento de especialistas de alto gabarito e está em acordo com a Gerência de Recuperação Ambiental da SMAC – Secretaria de Meio Ambiente e Clima – o órgão ambiental da Prefeitura do Rio. Mesmo quando for necessária a utilização de motosserras, é importante lembrar que há um plano de conservação e incremento da biodiversidade de nosso bosque, melhorando as condições ecológicas para a flora e fauna e, assim, para o bairro e para a cidade como um todo. Afinal, quanto melhor a condição de nossas florestas, melhor será a absorção de água da chuva e a diminuição de enchentes, como um exemplo, sem falar do conforto térmico gerado pelo sombreamento e retenção de umidade.

Motta chama atenção ainda para o plantio de espécies nativas como reposição das remoções: “Essa já é uma prática corrente no campus. Temos plantios sistemáticos de mudas nativas, com foco na recuperação da Mata Ciliar do Rio Rainha, onde estamos conduzindo práticas de “renaturalização”, e nas encostas, como prevenção de erosão”. Ele também cita os plantios simbólicos e comemorativos, como os das semanas de Meio Ambiente, com mais de 30 anos de prática; ou mesmo o fechamento da disciplina de Restauração Ecológica, ministrada pelo professor Richieri Sartori, da Biologia, quando os alunos encerram suas atividades acadêmicas com um grande plantio nas áreas predefinidas pelo manejo.
– No último, realizado em dezembro de 2024, participou do plantio o nosso Reitor, Pe. Anderson Pedroso, que plantou muda de uma espécie rara e na lista de extinção da Mata Atlântica, um Jatobá, na encosta de um dos nossos patrimônios históricos, o Solar Grandjean de Montigny – sublinha. Em paralelo, junto com o professor Antonio Krishnamurti, do Departamento de Engenharia Civil, a Vice-reitoria de Infraestrutura e Serviços (VRIS) está promovendo a retirada gradativa de pontos pavimentados:
– Podemos criar espaços de infiltração da água para que não se gere escoamento superficial durante as chuvas e, consequentemente, ocorram enchentes. Na PUC, estamos diminuindo todas as áreas pavimentadas possíveis, cortando asfalto, tirando as áreas impermeáveis e transformando-as em canteiros para absorver a água. Hoje são chamados de jardins de chuva, jardins drenantes ou na proposição de “campus esponja” – afirma Motta.

Futuramente, o PIC pretende ampliar o escopo dos trabalhos para mobiliário sustentável, que irá interagir com as obras de arte instaladas no campus, além de outras iniciativas para integrar a natureza à convivência, comunicando, por exemplo, sobre os cuidados com a fauna, tanto de animais silvestres, nativos ou não, como de domésticos que frequentam o campus. “Ter um campus que ensina mesmo no intervalo das aulas”, finaliza o diretor do NIMA.
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