Comentários da Prova Objetiva de História

 

31.

Em todas as afirmativas encontram-se corretamente enunciados aspectos relativos ao desbravamento do litoral africano pelos navegadores portugueses, donde a alternativa E é a única correta.


32.

Todas as alternativas, à exceção da B apresentam corretamente representações construídas em relação aos conquistadores espanhóis e podem ser relacionadas ao texto base. A alternativa B, para além de incorreta – uma vez que os diferentes tipos de vestimentas e o emprego ou não da prata constituíam-se em elementos de hierarquização – contradiz a descrição que serve de base à questão.


33.

A alternativa A é incorreta, uma vez que durante o período apontado – pré-colonizador - não se assistiu a qualquer ação de povoamento por colonizadores portugueses. Os primeiros aldeamentos jesuítas só vieram a se constituir a partir do início da faina colonizadora. A alternativa B é incorreta, já que, a despeito de terem se verificado alianças entre portugueses e tribos indígenas afim de se dar combate aos invasores franceses, não se assistiu à suspensão da escravização indígena – prática recorrente durante, principalmente, as primeiras décadas de colonização. A alternativa D é incorreta, pois não se pode generalizar a antropofagia como uma pratica comum a todas as tribos tupis e a ocorrência de guerras justas não deve ser compreendida como algo inevitável no contexto da experiência colonizadora, devendo-se acrescentar que as rivalidades entre as tribos indígenas não se constituíram em fator relevante para a explicação dessas guerras. A alternativa E é incorreta uma vez que havia nativos que praticavam a agricultura, além do fato de que o desconhecimento desta atividade não se constituía em obstáculo intransponível para o emprego da população indígena como mão de obra na lavoura açucareira. Por fim, a resistência ao esforço catequético não foi uma tônica recorrente nos contatos entre colonizadores e tupis. A alternativa correta é a letra C.


34.

Todas as afirmativas, à exceção da alternativa B, analisam corretamente as proposições referentes às idéias de Pico della Mirandola e às concepções do humanismo cristão: a defesa do livre-arbítrio, a devoção moderna valorizadora do exercício individual da fé, a crítica aos desvios de conduta do clero, a preservação dos dogmas referentes à onisciência e à onipotência do Criador. A alternativa B está incorreta, pois a defesa do princípio da predestinação da alma, promovida pelos seguidores de Calvino, opunha-se frontalmente ao princípio do livre-arbítrio, concepção central nas argumentações de humanistas cristãos.


35.

A afirmativa A está incorreta, pois não se pode promover uma relação de causalidade direta entre as ações de cercamentos de campos, na Inglaterra, no século XVI, e as perseguições contra católicos tradicionalistas descontentes com a reforma anglicana, efetivada por Henrique VIII. A afirmativa C está incorreta, pois a utilização de máquinas na produção agrícola e em terras britânicas no final do século XVIII e início do século XIX, ocorreu posteriormente às diversas etapas, iniciadas no século XVI, de promoção dos cercamentos de campos. A afirmativa D está incorreta, pois o fim das relações feudais ocorreu de forma contraditória e gradual, no decorrer do período moderno. A influência dos cercamentos de campos nessa transição foi um dos seus fatores condicionantes. Além desse aspecto, não houve uma relação de oposição direta entre a projeção dos interesses burgueses e a preservação da influência política da nobreza fundiária, ocorrendo, especialmente no século XVII acomodações e negociações entre esses segmentos sociais. A afirmativa E está incorreta pois muitos dos camponeses que se dirigiram para as terras da América o fizeram na condição de servos por contato. A afirmativa correta encontra-se na letra B, a qual sintetiza os principais e mais relevantes efeitos e significados dos cercamentos de campos na Inglaterra.


36.

O item A está incorreto por associar no protesto contra os tributos os artesãos e assalariados aos plantadores e comerciantes e por identificar tal protesto à independência precoce e à constituição de repúblicas na região. O item B também associa de forma incorreta a revolta do padre mexicano ao descontentamento gerado pela cobrança do imposto sobre a venda de mercadorias, que atingia os espanhóis mas não os índios. O item D também retoma equivocadamente a cobrança de impostos como característica principal do levante dos comuneros no vice-reino de Nova Granada. Este foi um movimento urbano por excelência que envolveu comerciantes, artesãos e assalariados com demandas radicais como a busca de um alto governo na cidade de Socorro. O item E apresenta erroneamente a composição social do movimento de Buenos Aires, por ocasião do bloqueio napoleônico. Além disso, não houve desde cedo a ruptura com a metrópole. O item C é o correto em que todas as afirmações procedem.


37.

A alternativa correta é a letra D. Nas afirmativas III e IV encontram-se aspectos centrais do período regencial brasileiro: a vacância provisória da autoridade monárquica, a proliferação de projetos de reorganização do Estado e a ocorrência de diversas revoltas sociais e políticas. A afirmativa I está incorreta pois não se pode caracterizar o período regencial como um momento de implantação do governo republicano. A menoridade do Imperador menino D. Pedro II o impossibilitava, interinamente de assumir a chefia do poder executivo imperial. A afirmativa 2 está incorreta pois houve a continuidade de determinadas revoltas mesmo após a antecipação da maioridade – a Farroupilha e a Balaiada, por exemplo. Além disso, outras rebeliões eclodiram, como as Revoltas Liberais, 1842, e a Revolta Praieira em 1848.


38.

A alternativa a assinalar é a D, pois apresenta como corretas as características da industrialização na Argentina, no México e no Chile (afirmações I, II e IV). No caso de Cuba (afirmação III) é errôneo associar a industrialização à mineração e ao tabaco no período e igualmente não procede a consideração dos coolies chineses (importados em pequena quantidade e para o trabalho no campo) como mão de obra mais utilizada nas atividades industriais.


39.

A opção correta é a letra A. As afirmativas I e II apresentam corretamente características da instabilidade política dos primeiros anos de vigência do regime republicano no Brasil: os confrontos e disputas entre os adeptos de diversos projetos para organização da república e a ocorrência de variadas revoltas políticas e sociais. A afirmativa III está incorreta pois a permanência de governos militares entre 1889 e 1894 – Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto – não inviabilizou ou cerceou a efetivação de medidas federalistas e descentralizadoras como as que, por exemplo, caracterizaram a Constituição promulgada em 1891. A afirmativa IV está incorreta, pois o Saneamento Financeiro, levado a cabo durante o governo de Campos Salles (1898 – 1902) não promoveu medidas de flexibilização cambial, caracterizando-se pelos estabelecimento do câmbio fixo, pela recuperação do valor da moeda nacional, visando ao controle da inflação.


40.

As afirmativas A, B, C e E apresentam de forma correta alguns dos projetos de reorganização política e social, defendidos por variados grupos – intelectuais, militares, dirigentes políticos – sintonizados, por diversos caminhos, com as perspectivas de construir um Brasil moderno. A alternativa D está incorreta, pois não houve, no decorrer dos anos vinte, alianças significativas entre lideranças operárias de orientação anarco-sindicalista e de orientação comunista. Além desse aspecto, a aplicação das poucas leis trabalhistas criadas sob os governos oligárquicos da época não foi, de fato, efetivada por parte das autoridades políticas.


41.

A alternativa certa é a letra D, com as afirmativas II e III. São equivocadas entretanto as afirmativas I (porque as crises de grupos nacionalistas nos Balcãs servem de estopim apenas para a Primeira Guerra Mundial, não para a Segunda) e IV (porque as guerras tiveram motivos políticos que não se identificavam mecanicamente a meras crises econômicas cíclicas associadas ao desemprego).


42.

A alternativa a ser assinalada é a letra B, pois está incorreta já que o turbulento processo de descolonização não produziu, de imediato, nos países independentes, uma identidade política sólida. Antes, ao contrário, muitos desses países mergulharam em guerras civis e conflitos intensos que perduram até os dias de hoje. Por outro lado a Conferência de Bandung foi muito mais o resultado de uma configuração particular do quadro político da Guerra Fria do que um efetivo movimento alternativo às posições hegemônicas dos Estados Unidos e da União Soviética. Assim sendo, países como Índia e Iugoslávia, que desempenharam papéis importantes em Bandung, expressaram muito mais as fissuras do sistema bipolar no Leste Europeu e na Ásia do que a existência de um identidade política do chamado Terceiro Mundo que levasse a alguma opinião efetiva.


43.

A alternativa correta é a letra E, nela as afirmativas I e III estão erradas. A criação do Estado de Israel não foi acompanhada pela criação de um Estado Árabe na Palestina, o que invalida a afirmativa I. Por outro lado, a polarização política a que se refere a afirmativa III está relacionada a problemas tais como a defesa das fronteiras nacionais e a colonização nos territórios ocupados, mas não aponta para uma política de extermínio da população árabe.


44.

Apenas o item A está correto, ao tratar da intensificação do debate sobre a questão agrária no período e sobre as suas interpretações. Nos demais itens há afirmações errôneas. No item B, não procede a associação de Goulart à privatização de estabelecimentos públicos de ensino e à extinção da cátedra. No item C, é equivocada a formação, na época, de militantes negros envolvidos em lutas anti-racistas e, ao mesmo tempo, terroristas e revolucionários. No item D, não faz sentido a associação direta entre a oposição política ao regime feita por integrantes da vanguarda cultural do país e as lideranças da luta armada contra os governos militares. E no item E, dentre os resultados da política externa independente, mantidos apenas parcialmente pelos governos militares, não estavam o intercâmbio comercial com os países do Leste Europeu.


45.

A exceção é a letra C, uma vez que a Hungria não experimentou, no processo de crise do socialismo, uma situação como a da Iugoslávia. Apenas neste último país, as grandes diferenças étnicas e religiosas provocaram uma longa guerra civil, com dimensões trágicas que perduram até o momento presente.