Exposição
que reúne trabalhos recentes de cinco artistas: Alice
Felzenwalb, Cláudia Amorim, Elizabeth Fonseca, Gilberto
Paim e Silvia Goyanna. Todos ceramistas há mais de
oito anos, apresentam uma preocupação comum sob
trabalhos diferenciados: o sentido da tradição da
arte cerâmica: lúdico e útil, útil
e mágico, etc...
Muito da riqueza do trabalho desses ceramistas está no
amadurecimento dessa relação. Sua ação
é lenta, pois não há pressa (ou assinatura
sob a peça) que transforme em espetáculo uma arte
que sempre preferiu viver anônima; entre as pessoas.
A melhor cerâmica é um nó que une a cultura
à sua representação plástica e a imaginação
ao uso cotidiano. A história da cerâmica faz passar
não apenas água e alimentos por pratos, jarras,
tigelas e potes, mas todo o tipo de imagens simbólicas.
A melhor cerâmica sempre foi anônima. Não aparece
enquanto criação individual, mas como desempenho
coletivo.
A atividade do ceramista não é, hoje, fácil
ou evidente. Primeiramente, o ceramista se apresenta como criador
individual precisando descobrir ou reinventar sua própria
tradição. Segundo, ele produz seus potes numa época
que dissocia funcionalidade e imaginação. O ceramista
trabalha contra o moderno senso comum (infelizmente mais difundido
do que se imagina) que se prepara para ver arte apenas onde o
útil sumiu.
O tempo no ateliê se mede pelo ritmo que o empenho e a sinceridade
consegue impor às peças. O tempo fora do ateliê
se mede pela intensidade com que a cerâmica artesanal volta
a se integrar na vida cotidiana, recriando uma expectativa de
qualidade. Uma arte contemporânea em cerâmica só
pode florescer na sincronia desses dois tempos.
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