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Exposição
2ª Impressão – Rômulo Martinz

Abertura:
25 de outubro às 19h
Período:
26 de outubro a 10 de novembro de 2006
Horário:
2ª a 6ª de 10h às 17:30h

Solar Grandjean de Montigny
Museu Universitário
Rua Marquês de São Vicente, 225 - Gávea | RJ
Telefone: 21 3527-1435
Tel/fax: 21 3527-1434
e-mail: solargm@puc-rio.br
www.puc-rio.br/sobrepuc/depto/solar

Entrada Franca

Obra da exposição 2ª Impressão, de Rômulo Martinz

 

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Solar Grandjean de Montigny – Centro Cultural da PUC-Rio apresenta de 26 de outubro a 10 de novembro a exposição individual "2ª Impressão" de Rômulo Martinz ex-aluno de Design da PUC-Rio.

Rômulo Martinz mostrará seus trabalhos recentes entre eles 20 desenhos e algumas pinturas.


Outras Águas

Em sua segunda exposição individual, Rômulo Martinz torna evidente ao público o caráter prolixo de seu trabalho. Em relação às obras exibidas em 2003, sobressai a pluralidade de suas vias de experimentação. A quantidade de obras produzidas, os diferentes meios empregados – desenho, pintura, arte digital – e os vários caminhos pelos quais envereda em casa um deles delineiam um fazer inquieto, quase compulsivo, aberto a múltiplas possibilidades.

O uso da cor também se ampliou. Mais do que o acréscimo de gamas do espectro cromático, importa a exploração de suas propriedade – timbres, ressonâncias – complexificando a dinâmica entre as cores, aprofundando o trânsito entre o gráfico e o pictórico. A luminosidade varia: opacidade transparência, clareza, translucidez, turvação.

As formas se conectam, superpõem, fundem, promovendo expansões e recolhimentos, enovelamentos e propulsões. Persiste e se intensifica o pulsar da reversibilidade entre o campo de aparecimento e as formas, entre formar e a figuração, entre tornar visível, representar e narrar. Não há fixação, pois definir e dissolver são processos concomitantes, interdependentes, que latejam, se armam e revertem incessantemente. Se as obras anteriores pertenciam ao domínio da terra, é aquático o universo em que fluem os trabalhos atuais.

O afastamento ainda maior das referências construtivas indica um distanciamento da projetualidade, de ideologias. Passando ao largo das discussões conceituais da arte, Rômulo quer conhecer e experimentar, mergulhar no universo de pontos, linhas, manchas, cores, materiais, texturas, figuras, formas, formatos, meios.

Essa imersão no mundo plástico-visual não é, contudo, uma adesão às idéias de pureza e autonomia da forma. Pode implicar justo o oposto. Palavras, sentenças, textos se imiscuem discretamente, aqui e ali, em meio a linhas e formas, fazendo emergir vivências de modo sutil, tornando perceptível sua vontade de expressão, dando a ver uma subjetividade oscilante, em formação. Suas obras são silenciosas, têm um jeito aparentemente tranqüilo, embora denso, que parece guardar pulsões prestes a irromper. Sua timidez é óbvia, mas não vem de par com a indecisão, uma vez que a impulsividade atravessa o seu caminho. Assim, inquietude e conturbação marcam o processar livre do que vê e experimenta: arte, não arte, vida.

Pode ser dito que Rômulo Martinz segue caminhos já trilhados. Apesar de não resultarem de uma procura do novo, suas obras possuem uma sinceridade e um frescor que diferem de boa parte dos trabalhos de arte hoje, que já surgem exauridos, milimetricamente definidos, conceituados, reflexivos, com planos de ação, de marketing e de ataque, em resposta às exigências do sistema de arte contemporâneo. Aparentemente alheio ao cerco institucional, inconsciente da complexidade do mundo da arte atual, Rômulo Martinz não se pauta por determinações, estratégicas, resultados. Com certeza, logo terá que se confrontar com as regras do jogo artístico, pois o mundo da arte lhe cobrará outros aprofundamentos, mergulhos em águas menos doces e cristalinas. A meu ver, só não deve abandonar o modo aberto e franco como se entrega à arte.

Roberto Conduru


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