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Exposição
"PINTURAS - Exposição Coletiva"

Marcelo Valls, Ni da Costa, Rejane S. Ferman e Stella Maris Da Poian

Exposição:
"PINTURAS - Exposição Coletiva"

Inauguração:

terça-feira, 20 de junho de 2006, às 19h
Período:
de 21 de junho a 14 de julho de 2006
Horário:
2ª a 6ª de 10h às 17:30h

Solar Grandjean de Montigny
Museu Universitário
Rua Marquês de São Vicente, 225 - Gávea | RJ
Telefone: 21 3527-1435
Tel/fax: 21 3527-1434
e-mail: solargm@puc-rio.br
www.puc-rio.br/sobrepuc/depto/solar

Entrada Franca

Obras de PINTURAS - Exposição Coletiva


Quatro artistas plásticos pensando a pintura na cena contemporânea, com resultados bastante distintos, mostram seus trabalhos a partir do próximo dia 20 de junho no Solar Grandjean de Montigny - Centro Cultural PUC-Rio. Ni da Costa faz curiosos retratos à partir de fotos de pessoas que usam óculos. Stella Maris Da Poian usa de formas e cores inusitadas emolduradas sempre em quadrados. Rejane Ferman rompe com o suporte clássico da pintura forçando o olhar a redesenhar formas muito conhecidas da história da arte. Marcelo Valls usa de seus conhecimentos técnicos para pensar sobre pintura.

 

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Os quatro artistas reunidos nesta exposição têm em comum apenas o fato de apresentarem pinturas: de resto, a diversidade (disparidade, mesmo) de seus pressupostos e métodos faz ressaltar o fato de que a pintura não é (nunca foi) redutível a um conjunto monolítico de princípios, exceto por uns poucos de caráter estritamente técnico e, por isso mesmo, pouco interessantes para a discussão. Enfrentadas, contudo, as caraterísticas que apontam para a desses quatros expositores, as coisas começam a ficar bem mais estimulantes.

A começar pelos pressupostos: dois dos artistas – Rejane e Ni – têm pouco a oferecer no que diz respeito às propriedades “objetivas” do meio (fatura,textura, cor etc.) Rejane, por se preocupar mais pela pintura como história, como história das imagens (e um elenco restrito de imagens, na verdade, a das Vênus). Ni por insistir em comentários sobre retratos( amigos) em que o meio é exatamente isso, um meio, não um fim (e a despeito de algumas remissões e procedimentos pictóricos tradicionais, como o fundo de ouro).

Os outros dois artistas – Stella e Marcelo – transitam com maior franqueza pelos recursos propriamente pictóricos mas estes últimos, ainda assim, não se apresentam de modo tão transparentes. A permanência dentro dos limites “formalistas” do quadrado – caso de Stella – é evidência de uma pergunta simples que a artistas coloca a si e à pintura: quanto é possível tirar de um único elemento? Até onde ele pode ser esticado sem perder seu interesse? Paradoxal que possa parecer, e em que pese uma certa sedução pela exuberância de matéria, Marcelo pinta com um olho enviesado para não-pintura: donde as muitas referências que emergem em suas telas, incluindo Joseph Beuys, que de imediato problematiza uma pintura à primeira vista (mas só à primeira vista) satisfeita consigo mesma.

Tal diversidade de recursos aponta, não (como pretende o lugar comum) para a diversidade de personalidades envolvidas, mas para a complexidade – crescente – do fenômeno “pintura”. Que, entre crises reais ou imaginárias, não se deixa capturar em uma unidade simples, mas se apresenta sob facetas múltiplas e em nada simples, aberto a exploração em inúmeras direções e com resultados por vezes inesperados.

Reynaldo Roels Jr , maio de 2006

 


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