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Brasão da PUC-Rio

Coordenação Central de Pós-Graduação e Pesquisa

Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais

Informações sobre as linhas de pesquisa

Área de concentração: Política Internacional

Linha de pesquisa 1: Instituições Internacionais

Professores vinculados
· João Pontes Nogueira
· Mônica Herz
· Nizar Messari

Este eixo de investigação se volta para o estudo das formas de estabilização do sistema internacional e das estruturas de autoridade, duas temáticas que refletem questões centrais de nosso tempo. Essas preocupações plantam suas raízes em uma conjuntura em que transformações sistêmicas globais invalidam alguns dos velhos modelos de ordenamento internacional, exigindo sua reavaliação e reconstrução, assim como a criação de novos princípios, estruturas e mecanismos de estabilidade. A partir dessa perspectiva, a investigação sobre instituições internacionais, no IRI, dá prioridade ao estudo das organizações internacionais e transnacionais, dos regimes internacionais e dos princípios de ordenação hegemônicos no sistema internacional.

 


Linha de pesquisa 2: Processos de Globalização e Integração Regional

Professores vinculados
· Carolina Moulin
· José María Gómez
· Sonia de Camargo

Discute a tendência ao ressurgimento de esquemas diversificados de regionalização e de integração que, na presente conjuntura mundial em que a globalização financeira parece atingir uma abrangência universal, se constitui como uma modalidade de mediação entre a abertura intra-regional dos mercados e sua abertura global. A maior parte das análises correntes, porém, deixam de considerar, por um lado, o papel fundamental dos Estados nacionais na criação desse novo regionalismo que, mesmo considerando o caso da UE, têm dificuldades em adotar instituições supra-nacionais. E, por outro lado, não indagam as razões pelas quais a maioria das coalizões políticas domésticas e os governos nacionais só se propuseram a cooperar a partir dos anos 80, não antes.

Na realidade, desde o início dos anos 80, a globalização da economia estimula os Estados nacionais a criarem instrumentos de regulação regional como resposta ao enfraquecimento dos instrumentos tradicionais de regulação nacional e às pressões para se adaptarem aos requerimentos da nova economia, essencialmente determinada pelo mercado. Em outras palavras, o que se quer dizer é que a regionalização dos instrumentos de regulação obedece a duas ordens de fatores: em primeiro lugar, está o fato de que a crescente transnacionalização da ordem econômica age negativamente sobre os aparelhos produtivos nacionais, gerando mudanças nos marcos institucionais dentro dos quais se desenvolve o ciclo da produção e retirando do Estado uma série de atributos para a intervenção na vida econômica do país. Em segundo, de que esta crescente abertura e globalização da economia, se bem administrada e coordenada em nível regional, pode representar formas benéficas de inserção mundial para cada país em particular e para a região em seu conjunto e reforçar o poder político da região mesmo que pagando o preço de uma possível perda parcial de autonomia de cada Estado em relação aos parceiros com quem interage de forma cooperativa.

 


Linha de pesquisa 3: Economia Política Internacional

Professores vinculados
· Luis Manuel Rebelo Fernandes

Esta linha de pesquisa está voltada para o exame das relações entre processos econômicos transnacionais (comerciais, financeiros e produtivos) e as estruturas de poder político no sistema internacional. Esta temática se desdobra em estudos sobre variados desenvolvimentos, com destaque para os impactos da globalização financeira, produtiva e tecnológica sobre a reconfiguração da autoridade do poder dos Estados nacionais. Os estudos examinam, igualmente, como esses processos afetam a regulação multilateral da economia mundial e os esforços nacionais de promoção do desenvolvimento.

 


Linha de pesquisa 4: Política Externa

Professoras vinculadas
· Leticia Pinheiro

Esta linha de Pesquisa tem por objetivo entender as principais variáveis de natureza exógena e endógena que conformam a linha de atuação dos Estados, seja nas suas relações bilaterais, seja com relação a temas centrais das relações internacionais em debate nos organismos multilaterais. Três disciplinas do Programa de Pós-Graduação integram esta linha de pesquisa: Tópicos de Política Externa Brasileira I e II que tratam de temas de interesse da agenda diplomática brasileira, adotando em alguns momentos uma perspectiva comparada; e a eletiva Tópicos Especiais de Relações Internacionais que busca introduzir o aluno ao instrumental teórico do campo da Análise de Política Externa, fundamental para as investigações relacionadas a esta linha de pesquisa. No âmbito desta linha, a equipe de pesquisadores e membros do corpo discente do Instituto, tem enfatizado nas suas pesquisas os seguintes temas, a partir de diferentes enfoques teóricos, como por exemplo: - o sentido geral das orientações de política externa de conjunturas políticas particulares, a partir do peso variável e cambiante dos condicionantes globais, regionais e domésticos; - política externa e democracia; - a posição dos países em diferentes regimes internacionais; e - o processo decisório de política externa e o papel dos atores e agências, públicos e privados, no processo de formação da política externa.

 


Linha de pesquisa 5: Segurança Internacional

Professores vinculados
· Mônica Herz
· Nizar Messari
· Kai Michael Kenkel

Esta linha de pesquisa se insere na área de segurança internacional, de acordo com a definição construída a partir dos anos oitenta. Neste período o mapa da sub-área se modificou de forma significativa, estabelecendo-se uma nítida distinção entre os estudos estratégicos e os estudos de segurança internacional. No primeiro caso, o foco sobre aspectos estritamente militares é mantido, de acordo com a tradição realista inaugurada no pós Segunda Guerra. A área de segurança internacional, por sua vez, passa a tratar de novas ameaças, não apenas dirigidas aos Estados, envolvendo aspectos econômicos, subjetivos e sociais. Os estudos sobre a paz, sobre a resolução pacífica de conflitos, sobre diplomacia preventiva, operações de paz e intervenção humanitária adquirem proeminência. Análises das políticas de segurança dos Estados ou do novo papel e funcionamento das alianças militares compõe ainda a sub-área. A equipe do instituto tem desenvolvido nos últimos anos projetos de pesquisa individuais e coletivos que exploram as diferentes facetas do debate contemporâneo sobre segurança internacional. Ademais, cursos nesta sub-área têm sido ministrados no programa de pós graduação e em nível de graduação e algumas teses de mestrado foram produzidas. Desta forma, impõe-se a criação de uma linha de pesquisa específica que expresse a realidade acadêmica e as perspectivas futuras do Instituto.

A linha de pesquisa se dedica ao estudo da violência e do uso da força nas relações internacionais. As ameaças aos Estados, indivíduos e sociedades são o cerne das investigações realizadas. Quatro eixos temáticos são abordados: estudos sobre instituições de segurança; estudos sobre conflitos internacionais, sua administração e resolução; investigações sobre a política de segurança dos Estados e o debate teórico da sub-área de segurança. Os estudos sobre instituições de segurança referem-se aos mecanismos de administração e estabilização do sistema internacional nesta dimensão específica, envolvendo analises do papel das organizações internacionais e regionais, regime internacionais e regionais e outras formas de cooperação. Os estudos sobre conflitos internacionais investigam as diferentes formas de conflito, estabelecendo diferenciações entre seus níveis específicos. As formas de resolução e administração de conflitos variam de acordo com a natureza do conflito. O papel de diferentes atores na construção de formas de resolução e administração de conflito também é abordada.

Os estudos sobre a política de segurança dos Estados incluem a investigação das diferentes formas de ameaça ao Estado. As ameaças aos indivíduos e sociedades são incorporados na medida em que a atuação do próprio Estado configura esta realidade. Desta forma, questiona-se a validade de equacionar a segurança do indivíduo e a segurança do Estado. O processo de elaboração da política de segurança do Estado e os instrumentos utilizados também serão pesquisados. O último eixo temático abarca o debate teórico contemporâneo sobre segurança internacional envolvendo a analise das principais correntes e autores do cenário acadêmico internacional. O debate teórico da sub-área de segurança internacional lida com os desafios de definição do escopo de investigação que se distingue ao mesmo tempo dos estudos estratégicos e da área de relações internacionais . Tal questionamento se insere no debate que permeia a sub-área sobre a natureza das ameaças e dos atores envolvidos.