Programa de Pós-Graduação em Design
Informações sobre as linhas de pesquisa
Área de concentração: Design e Sociedade
Linha de pesquisa 1: Design: Comunicação, Cultura e Artes
Descrição
A Linha de Pesquisa Design: Comunicação, Cultura e Artes está voltada para a reflexão crítica sobre objetos e linguagens gerados por meios tecnológicos e artísticos. Compreende a materialidade e a visualidade em seus aspectos semióticos e estéticos, educacionais, históricos, sociológicos, morfológicos e no campo da subjetividade. Enfatiza a interdisciplinaridade como fundamento da práxis do Design. Conta com três laboratórios que desenvolvem projetos de pesquisa articulados às disciplinas oferecidas e aos temas de dissertações já defendidas e em andamento. São eles: Laboratório da Representação Sensível/LaRS e Laboratório da Comunicação no Design/LabCom-Design, Laboratório de História do Design.
Objetivos
Objetiva a investigação do design no campo da comunicação e das artes contemplando não só a abordagem teórico-prática, mas, o estudo da cultura na qual se integra, a verificação das formas e de seus métodos de aquisição e, também, do meio ambiente onde se instaura.
As ênfases desta Linha de Pesquisa estão nos estudos dos diferentes sistemas de significação entendida em sentido amplo, comportando a confluência de diferentes enfoques tais como a semiótica, a análise do discurso, a hermenêutica, a sociolingüística, que enfocam o produto do design enquanto signo de comunicação; os estudos das teorias da comunicação, informação e literária, dos sistemas de comunicação visual, dos aspectos históricos da mídia visual, da narratividade da imagem visual, da evolução da linguagem através do estudo da cultura material e do processo de simbolização da produção visual; os estudos das variáveis estéticas e extra-estéticas, da antinomia entre processos poéticos e miméticos, que influenciam a configuração de objetos de uso e de imagens, no campo do real e do imaginário.
Eixos Temáticos
- Narratividade e recepção da mídia contemporânea; aspectos históricos da mídia visual: evolução da linguagem visual através do estudo da cultura material; identidade e aculturação; ¬ a globalização da imagem e o estudo do impacto das novas tecnologias e seus produtos nas culturas regionais;
- semântica do discurso visual e do discurso do objeto; conceituação, taxionomia e metodologia aplicada ao estudo do objeto;
- as linguagens híbridas do design que nascem do cruzamento de signos visuais, tangíveis e auditivos, imagéticos e verbais;
- a estrutura do livro e de outros materiais impressos como organização do conhecimento e suas transformações em meio a novos suportes tecnológicos;
- o processo de interação sígnica entre a expressividade conceitual e a capacitação em softwares de produção em hipermídia; leituras e linguagens do produto do design, através de colóquio interdisciplinar entre áreas de estudo que se ocupam com a atividade de projetação;
- variáveis estéticas e extra-estéticas que influenciam a configuração dos objetos e imagens;
- egitimação e institucionalização de valores estéticos e artísticos;
- o real e o imaginário em torno de produtos ligados ao uso pessoal e à vida privada;
- iniciativas concretas de modernização nas áreas de ensino técnico-artístico, de produção e divulgação de impressos e de geração e exposição de produtos manufaturados.
Linha de pesquisa 2: Design: Tecnologia, Educação e Sociedade
Descrição
A Linha de Pesquisa Design: Tecnologia, Educação e Sociedade reúne laboratórios que agregam alunos e professores do Programa de Pós-graduação em Design. Estes laboratórios funcionam como células de pesquisa que facilitam a orientação de dissertações e teses relacionadas a estes temas. Atualmente, cinco laboratórios pertencem a esta linha de pesquisa: Laboratório de Arte Eletrônica/LAE, Laboratório de Living Design/ LILD, Laboratório de Eco Design/LED, Laboratório de Gestão de Design/LGD e Laboratório de Pedagogia do Design/ LPD.
Objetivos
O objetivo principal desta linha de pesquisa é a realização de estudos sobre as diversas relações entre Design e Tecnologia e Design e Educação, tendo por foco a interação com a Sociedade e o Meio Ambiente.
Cada uma das células de pesquisa possui seus objetivos específicos, definidos em função dos projetos que estão sendo desenvolvidos e dos trabalhos de dissertação e de tese em andamento.
Eixos temáticos
- Pesquisa e desenvolvimento de projetos de Arte e Design que fazem uso de recursos computacionais e da Internet, nas áreas de Arte Eletrônica, Computação Gráfica, Web Design, Interfaces Digitais, Jogos, Educação à Distância e Realidade Virtual;
- estudo dos impactos sócio-culturais e educacionais do uso desses recursos em países em desenvolvimento;
- investigações sobre o uso de interfaces digitais por pessoas com baixa escolaridade; exclusão digital e duplo analfabetismo;
- interfaces e objetos inteligentes; análise dos desafios, tendências e perspectivas do uso de novas tecnologias e de mídias interativas em diferentes contextos sócio-culturais;
- desenvolvimento de pesquisas sobre gestão do Design nas organizações e sobre políticas para o fomento nesta área;
- auditoria do Design: cultura organizacional para o desenvolvimento de políticas e uso do Design, briefing de produtos;
- cultura Organizacional do Design: estratégias de design, integração do design dentro da organização e setores envolvidos na inovação;
- identidade corporativa, política de marca e branding;
- gerência do design;
- políticas públicas para o Design; estruturas curriculares e conteúdos programáticos de cursos de graduação e pós-graduação em Design;
- interdisciplinaridade, formação docente em Design, formação pós-graduada de designers brasileiros;
- estudos sobre iniciação universitária em design para alunos de ensino médio;
- desenvolvimento de material didático para crianças surdas; estudo de estratégias, métodos e técnicas de projeto de Eco Design;
- pesquisa sobre produtos eco-eficientes; estudos sobre produtos industriais de baixo impacto ambiental, aspectos culturais envolvidos na adoção de produtos sustentáveis, processos de redução e de remanufatura;
- pesquisas sobre compartilhamento, economia de serviços e durabilidade;
- transferência tecnológica e desenvolvimento de produtos acessíveis e apropriados ao contexto de uso;
- estudo e uso de bambu, fibras naturais e materiais locais como matéria prima de objetos e geodésicas; ¬ desenvolvimento de objetos voltados para portadores de necessidades especiais.
Linha de pesquisa 3: Ergonomia e Usabilidade e Interação Humano-Computador
Descrição
Os estudos relativos ao Ergodesign e Usabilidade datam do início dos anos 90. Começaram com as primeiras pesquisas sobre interação humano-computador, com apoio da FAPERJ (Ergonomia e Interação Homem-Computador; Projeto da Interface e otimização do Diálogo, FAPERJ-RJ, 1991 - 1992, coordenadora) e sobre a metodologia ergonômica aplicada ao desenvolvimento de produtos que contou com 02 bolsistas de aperfeiçoamento, do CNPq (Conformação da Interface Homem-Tarefa-Máquina. Arranjo Físico de Subsistemas e Dimensionamento dos Componentes. O Uso de CADs de Antropometria (CNPq/APB Processo n o.52.3719/94-9, período 1995 - 1996, coordenadora).
Cabe ainda observar, que na linha da metodologia e da ergonomia do produto, a tese de doutorado Diagnóstico Ergonômico do Processo Comunicacional do Sistema Homem-Máquina de Transcrição de Dados: Posto de Trabalho do Digitador em Terminais Informatizados de Entrada de Dados, realizada na Escola de Comunicação da UFRJ e defendida em junho de 1992, representou a possibilidade de amadurecimento das questões relacionadas à intervenção ergonomizadora e ao desenvolvimento de projetos de estações de trabalho informatizadas.
Outra tese desenvolvida nesta linha de pesquisa intitulou-se Dispositiva de Informação utilizados no Tráfego: A Influência da forma de apresentação no processo de Decodificação da Informação , e foi desenvolvida no Programa de Engenharia de Transportes da COPPE/ UFRJ. Defendida em dezembro de 2001, esta tese discutiu os problemas relacionados ao uso de sistemas inteligentes de transportes (ITS Intelligent Transport Systems) e sua relação com o usuário. Convém ressaltar que esta pesquisa levou para a engenharia de transportes a influência da ergonomia na segurança dos usuários – tema atual de discussão em todo o mundo – e a importância do ergodesign destes equipamentos e sistemas de informação.
Ergonomia e Usabilidade
A usabilidade como problema implica o aprendizado de novos métodos e técnicas e a ênfase na comunicação humana com os sistemas tecnológicos, a partir da análise das atividades das tarefas envolvidas: nas interações com produtos; programas informatizados; com a informação sobre suportes não computadorizados; com o ambiente espacial; com os sistemas de transportes. Cumpre ressaltar que ao se mencionar usuário, operador, manutenidor e consumidor consideram-se as diversidades e diferenças individuais, culturais, instrucionais, incluindo aqueles usuários com características e necessidades especiais, como, por exemplo, os idosos.
Objetivos
Definir o campo de ação da Ergonomia, através de seu objeto de estudo, de seus objetivos e de seus métodos, assim como de suas áreas de intervenção, explicitando os conceitos de ergodesign e usabilidade;
Fornecer métodos e técnicas que permitam detectar e diagnosticar aspectos ergonômicos de produtos/estações de trabalho; da apresentação, estruturação e processamento de informações; dos constrangimentos impostos ao operador pelo ambiente operacional, organizacional, físico e espacial; sempre considerando os aspectos sociais, culturais e a diversidade dos usuários (idosos portadores de deficiência, inexperientes e proficientes);
Oferecer técnicas e critérios ergonômicos para a avaliação dos custos humanos associados às cargas física, cognitiva e psíquica relacionadas à realização de atividades da tarefa, em casa, no lazer e no trabalho;
Discutir a relação da ergonomia com a metodologia de projeto, explicitando a importância da participação do ergonomista desde o início da projetação;
Apresentar e discutir as Normas Regulamentadoras que tratam de equipamentos, do ambiente e da segurança no trabalho e, especialmente, a Norma Regulamentadora 17 (Ergonomia);
Avaliar os atores do sistema de transportes considerando os usuários (pedestres, ciclistas, motoristas e condutores), os veículos, a sinalização viária, além das novas tecnologias a bordo.
Eixos Temáticos
- Ergonomia e Usabilidade de Produtos e Processos: trata do conforto, bem-estar e segurança dos usuários/ consumidores/ operadores/ trabalhadores/ mantenedores: metodologia ergonômica, estações de trabalho, ferramentas manuais, produtos interativos e inteligentes, CADs de antropometria, LER/DORT.
- Ergonomia e Usabilidade de Sistemas de Informação: t rata da comunicação humano-tarefa-máquina em outros suportes que não os computadores: linguagem iconográfica e verbal, famílias tipográficas; avisos e advertências, documentos, manuais de instrução, sistemas de sinalização.
- Ergonomia e Usabilidade da Interação Humano-Computador: e studa o diálogo humano-computador: busca a economia de tempo, a diminuição da carga cognitiva e a rapidez de decisões. Considera o design de interfaces, estilos cognitivos, domínios de conhecimento, estruturação da navegação, localização de programas.
- Ergonomia do Espaço Construído: aborda a relação humana nas suas interações com o espaço construído; consideram-se espaços interiores de trabalho, de serviços e de lazer - circulação, fluxos, comunicações interpessoais, sinalização e acessibilidade. Também se estuda o espaço urbano - barreiras arquitetônicas, marcadores espaciais, mapas cognitivos e orientação na cidade, sinalização e acessibilidade.
- Ergonomia e Sistemas de Transportes: estuda a intervenção e a aplicação da Ergonomia nas inovações tecnológicas dos sistemas de transportes e de informações pertinentes ao ambiente viário, seja ele terrestre, aéreo ou ferroviário. Trata ainda do papel do projetista no design de dispositivos in-car como computadores de bordo e auxílios à navegação.